Morte

Miniconto Morte

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O cortejo fúnebre percorre toda a cidade e entra no cemitério.
Dona Joaquina não se conforma com o ocorrido, seu único filho agora jazia inerte, sem vida.
Seu Juvenal a consolava, como quem consola uma filha em dias de tristeza.
Acabrunhada e com a cabeça baixa, Dona Tereza caminha ao lado do marido, chora, soluça, mas ela continua caminhando, chorava pelo neto morto.
No caminho entre os jazigos, vê-se vários tipos de vasos de porcelana, cheios de flores amarelas e vermelhas.
Alguns cachorros magros correm em direção oposta ao cortejo, conseguem chegar até o portão do cemitério.
Do lado de fora, algumas crianças brincam em uma praça, alegres e sorridentes, não prestam atenção ao que se passa do lado de dentro.
 Um vendedor de algodão doce para na calçada e começa a berrar: -Algodão doce! Venham crianças, o algodão doce chegou!
Uma das crianças diz: - Espere moço que eu vou pedir para minha mãe comprar.
-Onde está sua mãe? Indaga o vendedor.
-Ela está dentro do cemitério. Responde a menina, meio ressabiada.
-Então eu ficarei aguardando aqui. Devolve o vendedor de algodão doce.
A criança corre para dentro do cemitério e percorre as ruas estreitas entre os jazigos, depois de muito andar, acaba se perdendo e começa a chorar.
Sua mãe já se dá conta da ausência da criança e comenta com o marido.
-Juvenal onde está a Rosinha, meu Deus, ela não está por aqui, temos que achá-la.

Por Marcelo Silva


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